Estou num processo de mudar hábitos e buscar versões melhores de mim em pontos que decidi ter mudança.
A maioria espera pela coragem como se ela fosse um presente divino. Mas ela nunca vem antes da ação. Ela nasce depois do primeiro passo. O covarde espera se sentir pronto. O corajoso se levanta mesmo tremendo. Porque ele entende que a hesitação mata mais sonhos que o fracasso.
Coragem é uma aliança com aquilo que em você é maior que a tua própria dor. Não é um passeio no parque. É ser capitão de um barco em meio a uma tempestade no oceano, as vezes, sem nunca ter velejado.
Coragem é a decisão de continuar, mesmo com medo.
Mas te digo: a verdadeira coragem não está em enfrentar o mundo. Está em enfrentar a si mesmo. Varias pessoas já conquistaram e prosperaram vencer seus medos. Só escrever antes e depois nas redes sociais pra ver quantos exemplos.
Encarar os próprios sabotadores. Romper com hábitos, vícios e vozes internas que dizem “não dá, não é o momento, quem sou eu pra isso?”. Coragem é desobedecer essas vozes. É o início da tua insurreição contra o conformismo.
E há um segredo: a coragem não é um dom… é uma prática. Quanto mais você age com coragem, mais ela se torna parte da tua estrutura. Você vai cair, sim. Vai duvidar, sim. Mas cada vez que levantar, estará mais inteiro. O caminho da liberdade é pavimentado por atos de coragem silenciosos, diários, sem aplausos.
Quando trabalhava com design e ilustração pessoas escolhiam elogiar meu trabalho falando que tinha o dom. Nunca aceitei esse tipo de elogio, e respondia que dom não existe. Eram anos estudando e treinando para ter resultados.
Lembrei desta tirinha que desenhei em 2020.
Não espere a validação vir de fora. Não espere a coragem surgir para aí então tomar atitude. Tenha o hábito de questionar os padrões instalados há muitos anos, quando você não era tão conciente como hoje.
A mudança que você sente que precisa não vem do mundo, nem das circunstâncias, nem de nenhuma crise externa. Ela vem do ponto exato onde sua alma não tolera mais a farsa que você vive. É a fricção entre quem você se tornou e quem você sabe, em silêncio, que precisa se tornar.
Essa mudança nasce no ventre da tua insatisfação. E ela só se torna real quando você para de pedir permissão para mudar. Mas há algo que você precisa entender: sentir que precisa mudar… não muda nada. Você pode passar anos nesta situação se não agir.
Desejar, perceber, planejar — isso é só o início. A verdadeira mudança só começa quando você se compromete a destruir aquilo que você era. A morte do velho é o preço do nascimento do novo. Essa mudança vem da dor que não pode mais ser ignorada, do incômodo que grita quando você tenta se adaptar a um ambiente que já não te comporta. É o chamado da tua essência exigindo que você quebre as paredes que construiu com medo, rotina e conveniência.
Então olhe pra dentro e me responda com coragem: o que em você está apodrecendo porque você insiste em manter vivo?